segunda-feira, 16 de março de 2009

Jovens Executivos enfrentam déficit de memória

Segundo especialistas na área de recursos humanos, o profissional que o mercado de trabalho quer atualmente é generalista, atento, rápido e multifuncional. Um executivo que se preocupa com a sua atualização profissional e com o direcionamento da sua carreira, sabe trabalhar em equipe e visa ao crescimento da empresa em que trabalha. E para se manter em dia quanto a todos estes requisitos, os executivos estão se preocupando cada vez mais com a sua carreira, sendo bombardeados com tarefas e informações, além de tentarem lidar com a cobrança da família e da empresa.

Todas estas exigências e cobranças estão trazendo um problema até então comum a pessoas de mais idade: um déficit na capacidade de atenção e de memória.

Ana Maria Alvarez é fonoaudióloga, especializada em linguagem pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, doutoranda em Fisiopatologia Experimental pela Faculdade de Medicina da USP, professora do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica (Processamento Auditivo e Comunicação de Leitura Escrita) e membro do Grupo de Estudos em Linguagem, um núcleo profissional multidisciplinar de estudiosos e pesquisadores da área de linguagem. Juntamente com este grupo formado por fonoaudiólogos, neuropsicólogos, psicólogos psicanalistas e psicossociais, Ana Maria acaba de divulgar os resultados de uma pesquisa que realizou, e realiza até hoje, junto a centenas de pacientes que apresentaram queixas de perda de atenção e memória na procura por um profissional da área de saúde. "O bom é saber que em adultos, a falta de uso da memória pode ser transitória e claramente recuperada para um bom nível funcional, inclusive este tem sido o meu trabalho", explica.

Na verdade, ela enfatiza que o que ocorre não é bem uma perda de memória, mas sim um menor desenvolvimento da atenção ativa. E esta degeneração precoce está sendo notada em profissionais cada vez mais novos, distribuídos em distintas áreas de atuação.

"O problema é preocupante, uma vez que pode comprometer a produtividade dos executivos". Ainda segundo Ana Maria, os primeiros sintomas da perda de memória eram comuns, até algum tempo, em pessoas com mais de 50 anos, e não dos 20 aos 40, como vem acontecendo atualmente.

"Só o aprendizado constante garante uma memória saudável. E desenvolver o poder de atenção é hoje um desafio para os novos profissionais. É preciso aprender a exercitar a memória para isso", afirma Ana Maria.

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso

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