sábado, 8 de outubro de 2011

Veja o que empresas e funcionários podem fazer para evitar conflitos no trabalho.

Lidar com situações relacionadas aos conflitos no ambiente de trabalho é uma questão delicada para o funcionário e também para a empresa. Se não abordados a tempo e de forma direta, esses problemas podem ganhar proporções incalculáveis.

Segundo Roberto Caldeira, administrador de empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo ¬– com pós-graduação em novos negócios pela Harvard Extension Shool, existem basicamente dois tipos de conflitos que podem ocorrer no ambiente profissional: os de relacionamento, os mais comuns e os que mais perduram e causam danos a uma organização, e os de ideias.

O administrador explica que os problemas de relacionamento ocorrem quando pessoas de estilos diferentes de comunicação interagem sem reconhecerem e respeitarem essas diferenças. Já os de ideias estão mais ligados aos profissionais que não estão alinhados com a cultura e filosofia da empresa.

E como um dos pontos de partida para evitá-los, Adriana Marques, business coach licenciada da Sociedade Brasileira de Coaching, reforça que as empresas devem compreender de fato que cada pessoa possui um ritmo diferente e que cada um tem níveis de expectativas distintos. “Se ela [organização] não for atrás do que realmente importa, se a empresa não descobrir qual a habilidade de cada colaborador e suas necessidades, dificilmente ela conseguirá evitar os conflitos.”

Para que os problemas no ambiente corporativo sejam evitados – ou pelo menos amenizados, os profissionais consultados listaram algumas ações e reflexões que podem ser feitas pelos funcionários e empresas quando o conflito for:

CONFLITOS / COMO EVITAR

Choques de valores:
- Antes de qualquer coisa é importante que o profissional analise e avalie se os valores da empresa condizem com seu perfil profissional. Em termos organizacionais, evita-se este tipo de choque realizando um processo de seleção que traga para a companhia talentos que estejam alinhados com a filosofia da empresa, além de se desenvolver uma cultura em que essa filosofia seja cotidianamente reforçada para todos da equipe, principalmente por meio do exemplo dos gestores.

Disputa pelo poder, ambição:
- A disputa é natural e pode ser saudável desde que esteja claro para os colaboradores quais as regras para se obter uma aumento de salários ou um bônus por desempenho e quais os critérios objetivos para ser promovido dentro da empresa.

Competitividade:
- A competitividade é a energia vital para a empresa. Mas para ser saudável, é preciso que esteja claro qual é o papel de cada colaborador, quais são as metas e o que acontece quando elas forem atingidas. A competividade muito acirrada é uma distorção do que é a meta comum. E cabe ao gestor redefinir o que são as metas individuais. Uma equipe é definida como um grupo de pessoas com um interesse comum que querem crescer juntas.

Frustração:
- As frustrações têm que ser entendidas como fatos pontuais e não devem ser maximizadas. "A melhor coisa a se fazer é pontuar qual o tamanho dessa frustração e o quanto ela significa de verdade”, explica Adriana Marques. Para Caldeira, a frustração tem muito a ver com alinhamento de expectativas. Como forma de evitar esse sentimento, a empresa deve deixar claro qual seu papel no suporte para o alcance dos resultados e o papel do colaborador nessa estratégia.

Mentiras:
- O ambiente ideal em uma empresa é sempre o ambiente da transparência. A mentira já entra em uma questão ética. Ou a empresa recrutou de forma errada ou está mantendo pessoas erradas no quadro de colaboradores. O menor sinal de mentira vindo de qualquer funcionário deve ser punido com rigor.

Líder autoritário / Líder egocêntrico e manipulador:
- O ideal é que se tenha uma conversa franca com o causador do problema. "Os subordinados podem sim posicionar os líderes de que eles estão sendo autoritários, pois muitas vezes eles não se dão conta do quanto estão agindo dessa forma”, destaca a business coach. E paralelamente, a organização pode evitar este tipo de conflito ao possuir um departamento de Recursos Humanos atuante, que acompanhe de perto o clima organizacional, a satisfação das equipes dentro da empresa, de forma a detectar e combater este tipo de prática.

Mudanças na estrutura da organização:
- O colaborador precisa buscar ferramentas de adaptação o mais rápido possível. E essa capacidade de se adaptar a novas coisas é uma habilidade a ser desenvolvida, é uma competência que as empresas estão exigindo. Além disso, a comunicação da empresa deve ser clara e transparente, mostrando as razões das mudanças e como isso beneficia a companhia e seus colaboradores.

Falhas de comunicação:
- Se o problema for com os mensageiros, resolve-se com uma cultura de comunicação assertiva. “Ser assertivo significa ser afirmativo, firme e sincero. Dizer o que se pensa com o cuidado de manter um balanço que evite a agressividade, mas também fuja da submissão. Concentrar-se em fatos e evitar julgamentos. É importante focar de maneira positiva na solução de determinado problema”, resume Roberto. “Agora, se o problema for com a mensagem, deve-se detectar se o conteúdo da mensagem está inadequado ou se os canais de comunicação estão ineficientes”.

Fofocas:
- A maior causa da fofoca é a falta de canais claros, abertos e transparentes onde os colaboradores possam se manifestar. “Isso não pode fazer parte da cultura empresarial. A fofoca só acontece quando o transmissor da mensagem (fofoca) encontra um receptor para esta mensagem. Deve-se instituir um clima de transparência na cultura da empresa, aliado ao conceito de que fofoca é inadequado. Caso o problema persista, é preciso procurar criar um canal para que os colaboradores exponham suas insatisfações”, diz Caldeira.

Fonte: UOL

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