terça-feira, 21 de junho de 2011

Seis negócios para você montar em casa.

Muita gente que decide montar o próprio negócio prefere fazê-lo em casa, ao menos no começo, para diminuir os riscos da empreitada.

Entre outras vantagens, trabalhar por conta própria em casa permite um certo conforto e economia de tempo e de dinheiro. Mas atenção: você precisará ter muita disciplina para que isso não comprometa a sua produtividade.

É fundamental delimitar o espaço físico entre a casa e o trabalho e tomar cuidado para que não haja interferência da família no dia-a-dia do negócio. Procure respeitar os horários. Nada de parar no meio do expediente para um cochilo ou para asssitir à TV. Você também não deve estar 24 horas por dia à disposição dos clientes. Lembre-se de que suas horas de descanso e de dedicação à família também devem ser sagradas tanto quanto possível.

Até pouco tempo atrás, trabalhar em casa era algo restrito a atividades como costura, produção de comida congelada e artesanato. Com o tempo, a lista foi crescendo e hoje inclui também atividades descoladas, como promoção de eventos, aluguel de som e luz para festas, agência de turismo, escritório de design para sites, criação de jogos para celulares e produção de incensos, velas e aromas.

Se você se interessou por alguma dessas atividades, confira a seguir algumas dicas de empresários que atuam nesses ramos para você se dar bem.

# Perfumes terapêuticos #

A aromaterapia pode ser uma oportunidade para novos negócios dentro do setor de bem-estar. O mercado ligado ao bem-estar segue em alta no país. Um número cada vez maior de pessoas busca alternativas para equilibrar o corpo e a mente e para reduzir o estresse do dia-a-dia. Muitas atividades exigem investimentos relativamente altos, como a montagem de um spa urbano ou de uma clínica de terapias orientais. Mas se você tem afinidades com o ramo e não dispõe de muito capital, pode iniciar um negócio de produção de incensos, velas, sabonetes, sachês e outros aromatizantes, em sua própria casa, sem fazer grandes investimentos.

O empresário João Pedro Hessel Filho, de São Paulo, que atua no ramo, diz que o ideal é você começar fazendo um ou outro item apenas e ir aumentando a gama de produtos à medida que for se firmando no mercado. Além de vender os produtos diretamente para o consumidor final e para as lojas, você pode formar parcerias com outras empresas do ramo, como as clínicas de terapias orientais.

Há espaço também para quem quer oferecer serviços de aromatização de ambientes para empresas, como faz a aromaterapeuta e psicóloga Sâmia Maluf, da By Sâmia, de São Paulo. O trabalho consiste em estudar e mapear os problemas existentes no ambiente antes de definir que tipo de aroma será utilizado. Um consultório dentário, por exemplo, pode optar por óleos cujos aromas tranquilizem os pacientes. Para uma loja de doces, um cheirinho que estimule o apetite nos clientes pode ser uma boa ideia. Há também substâncias que instigam o aumento da produtividade. Mas é preciso se precaver com possíveis casos de pessoas alérgicas.

É importante também tomar alguns cuidados com a segurança. Como a parafina e a glicerina, duas matérias-primas muito utilizadas na área, são inflamáveis, procure instalar o negócio num cômodo livre, bem ventilado e que não seja frequentado por crianças, nem por animais de estimação. Mesmo assim, convém manter um extintor de incêndio sempre por perto. É fundamental também conhecer bem as diferentes substâncias utilizadas na produção e seus efeitos. Algumas podem causar alergia em pessoas que têm problemas respiratórios.

# Designer virtual #

A expansão da internet como ferramenta de trabalho nos mais diversos ramos de atividade acabou por abrir boas oportunidades para os webdesigners, aqueles profissionais que criam páginas personalizadas na rede.

É um negócio promissor para quem gosta de informática e quer trabalhar em casa, já que a atividade exige apenas um bom computador conectado à internet, de preferência por banda larga. É claro, porém, que quem pretende atuar no ramo deve ter noções de programação de computador e também uma "veia artística". A criatividade é fundamental para se dar bem na área.

Muitos profissionais que já estão no mercado aprenderam o trabalho na prática, prestando serviços para a clientela, como o designer Fernando Villela, de São Paulo. Mas é possível também frequentar cursos sobre o assunto e depois estagiar com pessoas experientes no ramo. Em geral, o webdesigner atende profissionais liberais e empresas de pequeno e médio portes de diferentes setores.

# Festeiro profissional #

Uma festa cuja proposta é fazer os convidados ferverem na pista de dança requer som e iluminação potentes. Como nem sempre os anfitriões dispõem dos equipamentos, a locação é a alternativa mais conveniente. Para você, que entende ou gosta de eletrônica, eis aí uma boa opção de negócio para começar em casa. Recomendamos que você compre primeiro equipamentos para espaços menores, como salões de festa de edifícios.

As festas de amigos e parentes são bons pretextos para testá-los e também para divulgar o negócio. A partir daí, você pode começar a cobrar pelo aluguel, como fez Maurício Szics, de Campinas, interior de São Paulo. Ele começou emprestando seus aparelhos e caixas de som. Depois, a partir de 2002, criou a própria empresa, batizada de Som Szics, em sociedade com o sobrinho, Douglas Szics. Passou a alugar até telão e chega a distribuir brindes aos convidados da festa. Você pode se encarregar do transporte dos equipamentos ou terceirizá-lo, mas precisa ter cuidado para não danificar a aparelhagem. Afinal, a reposição de lâmpadas e os pequenos consertos depois de uma festa estão entre os principais custos de uma empresa do ramo.

# Organizador de viagens #

Você pode montar sua própria agência de viagens, cujo papel basicamente é vender passagens avulsas para pessoas físicas ou jurídicas e revender pacotes turísticos de operadoras de turismo. O negócio não requer grandes investimentos. Basta uma sala com mesa, computador e telefone. Não é obrigatório ter curso superior em turismo, mas um dos responsáveis pela empresa deve ter, no mínimo, três anos de experiência em atividades ligadas ao setor, de acordo com o Sebrae, a entidade de apoio ao micro e pequeno empresário.

A concorrência no ramo é grande. É preciso seriedade e dedicação para alcançar o sucesso. A empresária Vera Galindo, por exemplo, dona da Multi Turismo, de São Paulo, diz que, desde a abertura da empresa, em 2001, adotou o hábito de fazer extensas entrevistas com os futuros passageiros para descobrir as suas expectativas e preferências. Com um dossiê nas mãos, ela é capaz de traçar roteiros sob medida para qualquer tipo de público.

# Promotor de eventos #

Da produção dos convites à contratação dos manobristas do estacionamento, dos garçons ao bufê. E mais: atrações musicais, brindes, cenografia, performances teatrais e tudo o que o cliente desejar.

Uma agência de organização de eventos eficiente deve estar sempre preparada para oferecer toda a estrutura que a atividade exige. E, para começar, você não precisa mais do que um telefone, um computador e uma boa rede de fornecedores. Você pode atender pessoas físicas ou organizar eventos corporativos, que são, em geral, mais lucrativos. A concorrência em ambos os casos é grande. Mas, como em todas as atividades, sempre há espaço para quem faz o serviço com eficiência. A Lumac Criação e Desenvolvimento, dos sócios Maurício Moraes e Lucas Aguiar, por exemplo, que nasceu em 2002, em São Paulo, tem o objetivo ambicioso de oferecer o máximo de serviços para eventos, sem custos elevados para os clientes.

# Entretenimento de bolso #

Há dez anos, os telefones celulares serviam somente para fazer e receber ligações e eram bem maiores e mais pesados do que hoje. Felizmente, a tecnologia evoluiu e agora basta um aparelho minúsculo para receber e enviar mensagens de texto, tirar fotos, ouvir música, brincar com jogos eletrônicos e navegar na internet em alta velocidade. Na esteira da revolução tecnológica que acontece no mundo dos celulares, surgiu uma nova atividade, que promete bons lucros para quem está no ramo: o desenvolvimento de jogos eletrônicos, com gráficos, imagens e som de alta qualidade.

Uma das pioneiras no ramo no país é a Devworks, de São Paulo, que iniciou as atividades em 1999. A Devworks fornece os programas para grandes companhias de telefonia, que incluem dezenas de jogos, e divide a receita com elas. Quem começar agora no ramo dificilmente vai vender os produtos diretamente para as grandes operadoras.

É mais provável, segundo André Penha — da Délirus, de Campinas, interior de São Paulo, que também desenvolve jogos para celular —, que você venda os produtos para as chamadas publicadoras, que selecionam, divulgam e colocam os jogos no mercado. Penha diz que, para atuar no ramo, é preciso contar com profissionais de arte e de computação gráfica, utilizar softwares específicos e investir no maior número possível de aparelhos para testar os jogos, mas ele afirma que dá para fazer tudo de casa porque a equipe não precisa ser grande.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

domingo, 5 de junho de 2011

Veja como são escolhidos os presidentes de empresas.

Os diretores presidentes de empresas, também conhecidos por CEOs, passam por um verdadeiro pente-fino até serem escolhidos para comandar as empresas. Trabalham de forma sigilosa na escolha desses profissionais os chamados headhunters, ou caça-talentos, com experiência em seleção de executivos. O trabalho envolve bastante responsabilidade, pois os profissionais escolhidos vão representar e carregar a imagem institucional de grandes organizações com remunerações que variam em média de R$ 40 mil a R$ 100 mil.

De acordo com Renato Grinberg, especialista em carreiras e diretor geral da Trabalhando.com, 80% de todas as vagas no mundo todo são preenchidas por meio de indicação, e é por esse meio que são escolhidos os CEOs. Por isso, para serem bem-sucedidos na escolha dos profissionais, os headhunters têm uma grande rede de contatos, o chamado networking.

# Tem que estar empregado #

O coach Homero Reis, da Homero Reis e Consultores, diz que cargos estratégicos como os de presidentes de empresas não são anunciados em jornais tampouco em sites de emprego. “Quem busca esse tipo de emprego não se coloca em anúncios como ‘executivo de alto nível procura oportunidade’. Os profissionais com esse perfil não estão visíveis para o mercado comum”, diz.

“A preferência é por quem já está empregado em outras empresas. As organizações querem o cara top de mercado, pois o cargo tem um peso muito maior do que a própria competência. Por isso, tem que ter pedigree também, vir de uma grande organização, estar acostumado a lidar com investidores, com as oscilações do mercado”, diz Grinberg.

“Você não vai contratar um executivo que está desempregado ou alguém que está colocando anúncio no jornal. Você vai olhar no mercado quais os executivos que estão atuando na área e com o perfil desejado, diz o coach Homero Reis.

De acordo com Carmen Miranda, consultora do Grupo Foco, geralmente os profissionais “caçados” são os que já são CEOs ou que já ocupam um cargo de alto nível na área de negócios.

Grinberg diz que em cargos de liderança você não vê o efeito imediato da contratação, como é o caso de cargos técnicos, por exemplo. “Demora cerca de seis meses para saber se aquela pessoa escolhida foi a correta para o cargo. O andamento da empresa depende daquela pessoa, e uma contratação errada envolve perda de dinheiro”.

O consultor da Trabalhando.com diz que não é relevante que o diretor presidente escolhido esteja no mesmo ramo da empresa que busca o profissional. “Quanto mais alto o cargo, menos relevante fica a área. Claro que se contratar uma pessoa que esteja atuando em área similar é melhor, mas o que importante é a liderança do profissional”, afirma.

De acordo com Reis, boa parte do salário vem do percentual do resultado que ele consegue obter na organização. Além disso, existem pacotes de benefícios como viagens pagas para outros países com a família, uso de jatos particulares e de carros blindados com motorista, hospedagens sempre em hotel cinco estrelas, entre outros.

# Requisitos #

Carmen afirma que os headhunters focam a seleção nas habilidades gerenciais, capacidade de liderar mudanças, para alcançar os objetivos da empresa e de trazer soluções inovadoras, além de valores pessoais e princípios de ética, compromisso e caráter. “Entretanto, às vezes o profissional tem todas as habilidades necessárias, mas não se adapta aos valores e visões da empresa”, diz.

Para Grinberg, capacidade de negociação e de saber até onde é possível arriscar, liderança que traz motivação e inspiração até durante crises econômicas, capacidade de tomar decisões rápidas, clareza da situação, positividade na ação e maturidade são os requisitos buscados pelos selecionadores. “Fazem a diferença a inteligência emocional, a capacidade comportamental e para lidar com gente”, diz Grinberg.

Segundo Reis, é possível o profissional se tornar CEO de uma grande organização após ter trabalhado em cargos de alto escalão em empresas menores. Para Grinberg, no entanto, em algum momento da trajetória esse profissional precisa ter passado por uma grande empresa em cargo de gerente, por exemplo.

“As chances são menores para quem sempre ficou numa empresa pequena, mesmo em cargo de liderança. Por isso, é importante passar por empresas grandes, mostra que
a pessoa batalhou para subir de cargo dentro da empresa e isso já abre portas”, diz Grinberg.

Para os consultores, os profissionais estão se tornando CEOs cada vez mais cedo. Homero Reis diz que a idade dos CEOs caíram vertiginosamente nos últimos 15 anos
“Nós chamamos isso de fenômeno da ‘juvenização’ da gestão. Antes a média era de 45 anos e hoje é de 35”, diz.

O consultor ressalva que há aspectos naturais de desenvolvimento humano pelos quais o jovem ainda não passou. “Por isso, é necessário se cercar de pessoas mais experientes e competentes”, comenta Grinberg.

“Tem que ter pelo menos 40 anos para ter competência para ser um CEO. Tem que ter vivência na área comercial, financeira, gestão de pessoas. Para gerenciar uma empresa tem que ter uma visão ampla e experiência de vida, além de ter passado por situações diversas”, afirma Carmen.

Fonte: G1