domingo, 16 de janeiro de 2011

Capacidade criativa: entenda o que é e como estimulá-la nos seus liderados.

Por Eber Freitas:

Aliada ao autoconhecimento e a uma justa auto-avaliação, habilidade pode auxiliar profissionais a contribuírem com o melhor de si.

É comum, fácil e cômodo acreditar na noção de inteligência linear, o que leva automaticamente à ideia de que existem pessoas mais ou menos inteligentes do que outras. Essa concepção pode, por vezes, pesar na hora da contratação ou da avaliação dos colaboradores, anulando grandes capacidades ocultas e estimulando as capacidades inviáveis, acarretando perda tanto para a empresa quanto para o profissional.

A abordagem das Inteligências Múltiplas é a alternativa recomendada pela psicoterapeuta Erica Brandt para as empresas. Para ela, essa é uma das melhores maneiras de adequar o colaborador aos objetivos do negócio, "possibilitando assim seu melhor desenvolvimento e satisfação, culminando na indispensável motivação para permanecer na empresa".

A teoria, preconizada pelo psicólogo Howard Gardner, pressupõe que existem nove tipos de inteligências interdependentes, com sistemas de significação diferenciados e processos cognitivos próprios. Em outras palavras, os colaboradores, como todo ser humano, processam os estímulos oriundos do ambiente de trabalho de diferentes maneiras, conforme sua cultura e formação pessoal/profissional.

Erica acredita que, sejam quais forem as inteligências explícitas ou latentes nos profissionais, a capacidade criativa é um elemento comum para o desenvolvimento de todas. Ela afirma que "a capacidade criativa é a resposta ao estresse positivo que, com uma ansiedade moderada, produz e garante uma performance mais apropriada ao funcionamento das organizações".

E não adianta se pressionar por resultados e melhoria no desempenho. Ainda que as situações constantes no cotidiano levem o profissional a querer extrair cada vez mais suco do bagaço da laranja, a melhor forma de tornar a fonte de criatividade perene é o autoconhecimento e a justa auto-avaliação.

"O autoconhecimento possibilita uma conscientização de como nos tornamos reféns do medo do sucesso e, somado a uma auto-avaliação justa, temos a identificação das causas do desempenho deficiente assim como a identificação dos potenciais que não estão sendo utilizados plenamente", explica a psicoterapeuta.

Coaching

A co-responsabilidade da empresa no processo de formação de seus profissionais é incontestável. A maior parte do dia é dispendida dentro do escritório, muitas vezes mais do que o teto semanal de 40 horas previsto pela Lei. Portanto "é na empresa que serão vivenciados todos os desafios pessoais e inter-pessoais".

Para Erica, o coaching é uma boa opção para profissionais que ainda desconhecem as suas verdadeiras competências e precisam desenvolvê-las. "A ajuda especializada é necessária quando o profissional não identifica o que está bloqueando seu desempenho, ao perder totalmente a motivação assim como ao perceber objetivos que não concretiza".

É preciso, portanto, que a empresa esteja atenta para situações que acarretem quedas de desempenho profissional e/ou atritos entre os colaboradores. Erica aponta a melhor forma de fazer um diagnóstico: "um diálogo, quando esses sinais começam a se apresentar, facilitará ao profissional se conscientizar do momento que está vivendo, identificando a competência que precisa ser desenvolvida a curto, médio e longo prazo e como alcançá-los".

As 9 Inteligências

1. Inteligência lingüística – Habilidade no manejo verbal, seja ele escrito ou oral; sensibilidade poética, subjetiva e funcional da palavra;

2. Inteligência musical – Capacidade de percepção e expressão no âmbito da música em todos os seus aspectos (harmonia, melodia, ritmo);

3. Inteligência lógico-matemática – Facilidade para elaborar e discernir codificações e padrões lógicos e numéricos;

4. Inteligência espacial – Compreensão das limitações de espaço e orientação dos limites físicos;

5. Inteligência cinestésica – Refere-se à habilidade de comunicação com o corpo, facilidade de utilização eficiente e integral dos membros;

6. Inteligência interpessoal – Habilidade de relacionamento e compreensão das qualidades e limitações dos outros;

7. Inteligência intrapessoal – Conhecimento e domínio do próprio humor e temperamento; percepção de identidade e autocompreensão;

8. Inteligência naturalista – Empatia com a natureza, capacidade de distinguir, classificar e catalogar espécies da fauna e flora;

9. Inteligência existencial – Competência contemplativa e filosófica. Por ora, pouco se tem sobre essa inteligência em termos de pesquisa e estudos.

Fonte: Administradores

domingo, 9 de janeiro de 2011

Saiba como ter um bom relacionamento com o seu chefe.

Ter um bom relacionamento com o chefe é uma questão que não envolve apenas fazer bem as tarefas do trabalho. Um profissional pode ser ótimo no que faz e, por não saber lidar com o superior, perde oportunidades de apresentar ideias, resolver problemas e até mesmo ser promovido. Em casos extremos, um desentendimento no trabalho pode até levar a uma demissão desnecessária que poderia ser evitada com um simples jogo de cintura, segundo especialistas.

A maneira de agir com o chefe, porém, exige uma percepção de como ele é e como prefere ser tratado. De acordo com profissionais da área recursos humanos, chefes centralizadores, por exemplo, precisam ter a confiança conquistada, os inseguros devem ser estimulados e, os mal-humorados, animados.

Independente da personalidade do chefe, também há determinados comportamentos padrões que ajudam a evitar deslizes, puxões de orelha e desentendimentos no ambiente de trabalho. Entre eles está discordar com embasamento e saber engolir alguns sapos de vez em quando.

“Ao conversar com o gestor, é preciso saber que ele não é nem seu pai nem um amigo. São dois profissionais em uma relação de trabalho”, afirma Lizete Araújo, vice-presidente de planejamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

Segundo Lizete, por trás de cada chefe e funcionário, há uma pessoa com diferentes valores. “As atitudes geram consequências positivas e negativas. Um pai não vai mandar o filho embora por conta de uma discussão, já um gestor, talvez”, disse.

Confira abaixo as respostas dos especialistas Roberto Recinella e Márcia Palmeira sobre como se relacionar com o chefe em situações comuns no ambiente de trabalho.

Como discordar do chefe?
“Com cautela e, se possível, em particular. Evite expô-lo a uma discussão pública, mesmo que você esteja com a razão. Tenha sempre dados e informações que respaldem sua opinião.” (Roberto Recinella)

“Tenha sempre argumentos sólidos e coerentes.” (Márcia Palmeira)

Quando falar e quando se calar?
“Use o bom senso e observe o comportamento das pessoas ao redor. As reuniões, geralmente, são controladas pelo chefe. Se ele der o sinal para parar, faça-o imediatamente. Se você achar que a situação ficou mal resolvida, agende um momento para esclarecer a situação particularmente.” (Roberto Recinella)

Devo ficar calado ou me defender dos meus erros?
“Depende da abertura do chefe. Mas, sempre que possível, defenda-se com justificativas condizentes e, claro, nunca repita o erro de novo.” (Roberto Recinella)

“Quando você tem certeza do erro que cometeu, o melhor é ficar calado. Não tente se justificar ou se defender, pois fica muito pior.” (Márcia Palmeira)

Como agir após um desentendimento? Devo engolir sapos?
“Espere os ânimos esfriarem. Depois, seja humilde e peça desculpas. Justifique a sua atitude e, se possível, não repita o comportamento. Na maioria das vezes, é preciso engolir sapos. Uma competência importante é saber digerir os sapos que engolimos.” (Roberto Recinella)

“Espere sair do clima de tensão e, aí sim, retome a conversa sem emoções. No momento de tensão, todos perdem a razão. O melhor é não chegar ao ponto do desentendimento, que sempre traz sequelas.” (Márcia Palmeira)

Preciso ir a todos os happy-hours?
“Não. Se não for, justifique a sua ausência e agradeça o convite. Se possível, compareça a alguns encontros, nem que seja para sair mais cedo, para não ficar rotulado como anti-social. Happy-hours são uma ótima oportunidade de networking e favorecem os laços fora do trabalho. Cuidado, porém, com o comportamento.” (Roberto Recinella)

“É recomendável ir a alguns, o que favorece as relações interpessoais e, conseqüentemente, facilita a troca de informações. Só vá a todos se for prazeroso para você. Nada que se faz apenas por obrigação dá bons resultados.” (Márcia Palmeira)

Preciso ser amigo do chefe?
“Não. O que você não dever ser é inimigo dele. Você precisa é ser competente no que faz.” (Roberto Recinella)

“Não necessariamente. Respeito e admiração entre as partes, porém, é fundamental. Ter proximidade com o chefe sempre facilita o tratamento com os assuntos mais complexos do dia-a-dia.” (Márcia Palmeira)

Preciso puxar o saco do chefe?
“Não. Você deve mostrar resultados. O chefe sabe diferenciar puxa sacos das pessoas competentes.” (Roberto Recinella)

“Puxar saco pode trazer algum benefício em curto prazo, mas não é sustável, pois os elogios são superficiais.” (Márcia Palmeira)

Devo fazer o que o chefe quer ou o que eu quero?
“Os dois. Se tudo estiver correndo bem na empresa, raramente isso acontecerá, pois as metas estão na mesma direção. Seus esforços devem estar na sinergia.” (Roberto Recinella)

Devo dar minhas opiniões em assuntos que não me dizem respeito?
“Não. A não ser que alguém envolvido lhe peça e, mesmo assim, meça as suas palavras.” (Roberto Recinella)

“As sugestões de todos devem sempre ser bem vindas. Dependendo da sugestão, o melhor é dirigi-la ao responsável pela área, de uma forma humilde e com verdadeira intenção de ajudar, e não de criticar.” (Márcia Palmeira)

Como sugerir novas ideias?
“Marque uma conversa e, de modo claro e transparente, exponha as idéias coerentemente. Esteja munido de dados consistentes. Se o chefe não aceitar, peça para que justifique o motivo.” (Roberto Recinella)

“Se não existir um fórum específico, sugiro que seja feito em um conversa com a chefia direta.” (Márcia Palmeira)

Devo mudar meu jeito de ser por causa do trabalho?
“Não. As pessoas mudam conforme suas experiências de vida. Mas isso não significa que você deva ser diferente por causa do trabalho. Caso isso esteja acontecendo, significa que os valores da empresa e os seus são diferentes. Sendo assim, está na hora de pensar em mudar de empresa.” (Roberto Recinella)

“Nem todas as atitudes que temos em nossa vida privada são adequadas para o trabalho. Se o trabalho exigir uma mudança muito radical, você não vai conseguir se adequar. Então, o melhor um emprego que seja mais compatível com sua forma de ser a agir.” (Márcia Palmeira)

O que fazer se não concordo com as exigências do emprego?
“Tente justificar sua insatisfação e, caso não haja um consenso, o que é o mais provável, mude de emprego.” (Roberto Recinella)

“Procure outro emprego. Esse não lhe serve. Trará infelicidade e você não será produtivo.” (Márcia Palmeira)

Como pedir um aumento?
“Agende uma reunião com seu chefe e seja profissional. Exclua qualquer referência de natureza pessoal como o aumento da prestação da casa ou do colégio das crianças. Se restrinja a apresentar suas contribuições, se elas existirem.” (Roberto Recinella)

“Liste as novas atribuições que você pode ter recebido recentemente, o resultado que você apresentou e a importância da sua atuação. Porém, certifique-se que tudo é verdadeiro. Ache o momento adequado, peça uma conversa reservada com o chefe e use as armas escolhidas.” (Márcia Palmeira)

Como agir quando não sou reconhecido?
“Respire fundo e mude de estratégia. Tente mostrar mais os resultados do seu trabalho. Repense seu marketing pessoal.” (Roberto Recinella)

“Não podemos obrigar ninguém a nos reconhecer. Porém, há duas alternativas. Uma delas é alimentar sua própria auto-estima, acreditando que está fazendo o seu melhor. Você também pode solicitar feedbacks do trabalho. No último caso, prepare-se para ouvir o que não espera.” (Márcia Palmeira)

Fonte: G1